terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Ashtanga Yoga de Patanjali




Yoga de Patanjali

Quem ou o que foi Patanjali?
Dentre as poucas coisas que se sabe sobre Patanjali é que foi um mistério. O próprio nome sugere: Pat = caído. Anjali = oferenda. “Aquele que caiu do céu durante a oferenda”.
Existem muitas especulações a respeito de Patanjali. Sugerem que não tenha sido uma pessoa, um mestre, mas sim uma escola. Esta idéia traz como base o modo como o Yoga Sutra, sua obra mais importante, foi escrita. Ela apresenta formas gramaticais características de épocas distintas.
Outros se perguntam se Patanjali teria sido realmente o autor do Yoga Sutra, ou se talvez estes aforismos teriam sido escritos por outros mestres ou por discípulos deste ou destes sábios. Se ele foi realmente o autor, teria feito alguma contribuição original para o Yoga ou teria apenas compilado o conhecimento disponível em sua época? Outra questão é se ele teria feito uma linhagem tradicional ou se seria apenas um organizador da antiga tradição.
No meio de tantos mistérios algumas coisas estão bem claras para nós yogis. Por exemplo, algo chamado Yoga existiu muito antes do tempo de Patanjali. E as incertezas históricas se tornam pouco importantes para quem deseja alcançar o que sugere o Yoga Sutra: mente tranquila e vida plena. Esta obra é composta por quatro livros totalizando 200 sutras (frases que se resumem em uma linha) nos quais se expõe toda a técnica do Yoga Clássico ou Raja (Real) Yoga ou Ashtanga Yoga (por favor não confunda com Ashtanga Vinyasa Yoga!).
Dentro deste tratado, no livro 2, o Sadhana Pada – Livro da prática temos um mapa que organiza o caminho yogi em oito partes. Daí surge o nome Ashtanga Yoga >> Asht = 8. Anga = parte. >> "Yoga em oito partes".
Segue a organização do Ashtanga Yoga de Patanjali, um mapa que indica um caminho a ser seguido:

1. Yamas: Conduta social do Yogi
- Ahimsa: Não Violência
- Satya: Veracidade
- Asteya: Não roubar
- Brahmacharia: Controle da sexualidade
- Aparigraha: Desapego

2. Nyamas: Conduta pessoal do Yogi
- Tapas: Disciplina
- Saucha: Purificação
- Santocha: Contentamento
- Swadhiaya: Estudo das Escrituras Sagradas
- Ishwara Pranidhana: Entrega ao Divino Absoluto

3. Asanas: Posturas psico-físicas próprias para desenvolver força e estabilidade corporal preparando a "casca" para receber as práticas seguntes.

4. Pranayama: Controle da respiração para desbloquear e equilibrar o Prana (energia Vital).

5. Pratyahara: Abstração dos sentidos. Atenção! Não significa parar de escutar, de ver ou de sentir, mas sim a desidentificação com aquilo que está a sua volta. Você já pode ter estado em pratyahara mesmo sem saber, de forma inconsciente. Por exemplo, quando se está tão concentrado lendo este artigo que não escuta o barulho dos carros passando na rua. Graças a esta técnica os Yogis não precisam se isolar nas montanhas ou criar caixas isoladoras de som, imagem, temperatura, cheiro e sensação para prosseguirem suas práticas.

6. Dharana: Concentração. Aqui acontecem equívocos, pois seguidamente confundem esta "técnica" com meditação, que é um "estado". Concentração é a habilidade de direcionar a mente a um objeto específico seja ele interior ou exterior e permanecer com atenção total a este até que seja o único foco mental. Pode-se praticar Dharana utilizando diversas ferramentas como um mantra (som), um yantra (símbolo), a própria respiração...

7. Dhyana: Meditação. Quando se atinge sucesso na prática de concentração aquieta-se a mente e então o ambiente interno apropriado se faz para iniciar o estado de meditação. “Estado de meditação”: ou se está em meditação ou não se está em meditação. Neste ponto é possível compreender profundamente o objeto focado em Dharana.

8. Samadhi: Superconsciência, contemplação, conexão. Quando o objetivo da meditação é alcançado acontece realização, união, Yoga! Atinge-se a percepção da capacidade de co-criar. Tornamo-nos contemplativos, em êxtase, percebendo que o observador e o observado são permeados pela mesma Fonte Divina.


Lembramos que este mapa é apenas uma introdução ao Raja Yoga, pois há muito para ser descoberto entre essas linhas...

Vamos a prática?!


Davi Camilo.

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